Nunca Diga - Los Hermanos

Querida nunca diga que eu tenho mal-gosto
E saiba que o belo da vida ainda está pra nascer
Querida nunca diga que eu tenho mal-gosto
E saiba que o belo da vida ainda está pra nascer
Fui lhe mostrar um disco que eu comprei
De um cantor que eu sempre gostei
Mas você não me deu atenção
E voltarei pra casa pelo mesmo caminho
E escutarei o meu disco sozinho
Dentro do meu quarto na escuridão
Querida por favor olhe bem em meu rosto
E tente enxergar o que os outros não conseguem ver
Querida por favor olhe bem em meu rosto
E saiba enxergar o que os outros não conseguem ver
Ah ah ah...

Distante do que sonhei

Noite aberta, mar fechado
Assim divaga o seu retrato
Sobre mim
Calmaria, explosão
Invariavelmente tudo incide
Numa mutação
“Não posso voltar em 2010”
Recai em mim como um sopro frio
De um só coração
E assim, o mar se abre junto ao dia
Dias e noites
Uma vida vivida
O céu é sempre os outros
Como o inferno está aqui
Não existem poemas felizes
Quanto os tristes me fazem escrever
Diante o assovio de uma coruja
Me lembra o que preciso esquecer
Este descuido que chamo de vida
Não foi escolhida por mim viver
“Mas você foi feita pra mim”
E então eu desisto de ter escrever coisas que machucam
Deveria ver como sem peso nas costas eu andava
Tu poderias até carregar-me
Diante a leveza que tinha
Possuía o maior dos santuários
Dentro de mim morava
A Ingenuidade, irmã da Confiança
Precisavas me sentir assim
Disposta a encarar um dragão por dia
Pra que no final dele,
Chegar em casa fosse
O maior dos meus presentes
Ver um par de olhos a minha espera
Pra falar coisas de amor

Distinto, o coração

Tinha tudo o que uma garota poderia
Engoli poucos desaforos
Desprendida, conheci os sentidos contrários
Se sou destemida
É porque curei minhas próprias feridas
Dose alta de álcool
Fôlego. De novo. Fôlego
De encontro com meus fantasmas
Muda isso, esquece tudo
Ele tem mais a me dizer
Juro. Quero ouvir seu corpo tremer
Grite. Me faça crer
Que em suas veias corre sangue
Controle maldito
Rebobine a história
Não quero mais suas lembranças
Devolva-me o mundo
Para eu pisar em você

Suponho

Por quanto calas e fecha os olhos
Por quanto vejo além do que diz
Não fala isso!
Encontrei a mente mais misteriosa
Por quê me quer tanto por perto?
Eu busco por ouvir o que é oculto de mim
De tão profundo em ti
Eu sei. Demora
Cansei de enganos e mar de lindas flores
Já envelheci por anos
Me vejo em você e a burrice que fiz
Além de taciturna
Cai, minha estrela
Mergulhe na minha mais lenta natureza solitária
Peso nos meus parcos ombros
Vou assistir no escuro, fingindo dormir
Acanhada: penso que mereço
O que ainda não descobri


Feche os olhos comigo

Como é difícil olhar ao lado sem perspectiva alguma. 
Uma que pudesse trazer os melhores momentos de cada dia.
Esfrio como flexas agudas no peito de um morto. 

Se torna imenso meu desejo de apenas outras escassas horas ao lado de quem quero só para mim. 
À cabeça, em sequências magistrais, deseja degolar cada quem antes de mim. 
Cada toque anterior ao meu. 
Se me tornasse, isso, uma matadora. Seja feita a vossa vontade!

Mãos marcadas. Desejei a cada cicatriz sentida, ter cuidado e visto o motivo. 
Por mais que eu não permita e queira ir, meus olhos abaixam quando te veem passar.
E são capazes de se submeterem a qualquer decisão sua, 
qualquer que seja. 

Lágrimas caem sobre meu rosto.
Elas sabem que teremos um fim breve,
por mais que adiemos:
Feche os olhos comigo.

Prosa Diária

Entre todas tentativas em suprema demasia

O convívio entre partes como a sua

Extremamente intensa mas morta

Evidente como crescente

Atingiu seu ápice, de tudo obteve

Intenso, habitualmente

Erro meu.

Tendências críticas me conjugam

Simples, antes se fosse enigmático

De tudo teme, de tudo ama intensamente

Força de mim explode

Ninguém pode me entender,

nem mesmo os olhos pretos da minha alma

Novamente em águas profundas

As pedras da minha cachoeira nunca pararam de cair.

Tentei resolver e ganho no máximo anos singelos de ilusão

Cabeça explode mas quer

Assim nunca existiu. Erro meu.

Deveras difícil saber expressar

Não há por onde começar a não ser pela explosão, grito, desespero

São só meus segredos

Estão bem aqui no meu peito

Liberdade

Liberdade?

Êxtase maldito. Tudo quer, nada pode.

Já posso ver você indo embora

Como quem testou os planos do ego

Pegando suas bagagens e sem precisar dar qualquer razão pífia

Qualquer que fosse não caberia aqui

Não existe quem vá além disso

E eu não sou daqui.

Não tem de, nem sequer, tentar

Você também não entenderia

Pois sou eu quem não sou daqui.

Intelectualmente reservado. Tecnologia do Blogger.